Todos os dias lá eu chegava
Os vagões repletos de gente
Pessoas corriam
Não queriam perder o trem
Não queriam perder o tempo
Não queriam perder a vida que com eles passava
Aqueles trens
Carregados de bagagens
Carregados de histórias
Queriam aquelas pessoas noutro lugar estar
Toda aquela inquietação de costume
De repente parou
O ruído se calou
Nada pudera ouvir
Apenas o choro
Um soluçar constante
Era a saudade precipitada batendo
a porta
Deixaram- a entrar
E junto com o medo ela tomou conta dos corações
Medo de perder aquela pessoa para sempre
Medo de ficar órfão daqueles sorrisos
Daqueles momentos
Mas o próximo trem já vem
E trás com ele o abraço tão esperado
A estação volta ao normal
Os ruídos se refazem
Tudo como antes
Mas quem se foi
Deixou uma lacuna
Mas que noutro trem pode voltar
E aquele lugar mais sorrisos vai abrigar
-Ana Beatriz Rocha
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